Um dia um amigo me disse: ''A vida é como um jogo de futebol. Você fica aí esperando receber a bola pra poder fazer seu gol de placa. E a bola? A bola tá com aquele cara que nunca vai tocar pra você. Mas você fica lá, na banheira, gastando seu preparo pra uma jogada que nunca vai acontecer. Enquanto isso tem alguém que está louco pra jogar com você, que quer fazer dupla de ataque, que quer ser o seu escolhido na hora de montar o time. Mas você nem dá idéia, nem sequer olha pro sujeito. Aí fica aquela coisa.O cara que tem a bola não vai tocar pra você, vai tocar pra outra pessoa. E você vai ficar como um idiota, chupando dedo. E o cara que quer jogar com você vai ficar com mais cara de idiota ainda. E mesmo que ele tente arrumar uma bola pra jogar com você, não dá jogo. E ainda tem como piorar. No meio do jogo vai começar a chover, a chover muito forte,a chover e a trovejar. E quem tem a bola tem também um guarda-chuva. Mas é claro que não vai dividir com você. Vai dividir com quem ele tocou a bola durante o jogo todo. E o outro cara, o que queria jogar, também tem um guarda-chuva, mas como ele tá lá na marca do escanteio, não adianta. Você tá no meio dos dois. O guarda-chuva que você gostaria de estar embaixo, não te cabe. O que tem um espacinho reservado com amor pra você, tá longe demais. E aí, enquanto fica teimosia de querer o que não te cabe te puxando pra um lado e a vergonha na cara de reconhecer o de quem te quer te puxando pro outro lado, vem um raio e cai bem no meio da sua cabeça e te mata. Isso só pra aprender a deixar de ser cretino.''
Ok, ok. Eu adaptei o final. Não tinha morte. Mas tudo fica mais interessante com tragédia no final. O resto da história é toda verídica e com a encenação fica muito melhor. Principalmente porque ao vivo tem o clímax com a cena crucial da chuva ''... e eu sou aquele toco lá, aquele toco feio lá longe de você! Fica aí tomando chuva então sua trouxa! Enquanto isso os dois estão lá deixou do guarda-chuva e não tem ninguém nem te vendo!'' Sensacional. O detalhe é que o toco, parte tão importante do cenário, era um tronco cheio de orquídeas e que não tinha nada de feio.
Acho que eu estou sob os efeitos do filme ''Romance'', que assisti semana passada. A começar pela alteração do final da história. Foi mal. Quem ainda não viu o filme e está afim de ver, desconsidere a frase anterior. Pois bem, eis que a história de Pedro (Wagner Moura) e Ana (Letícia Sabatella) conta a história de Tristão e Isolda. E não tem nada de amorzinho não. É amorzão. E rolam também umas cachorradas no filme/vida real, que nem assim deixa de ser ótimo. Revolta a gente, mas é ótimo. E aí, voltando a história do futebol na chuva e falando do filme, o que as duas situações - futebol avacalhado e filme de amor - têm em comum é a pergunta: afinal, existe amor recíproco feliz? Vai saber. Neste exato momento eu posso afirmar com veemência que não. By the way, a trilha do filme é produção do Caetano Veloso. ''Nosso estranho jeito de amar'' é velha e linda. O diretor Guel Arraes sempre enfia Caê nos filmes que faz. Em''Lisbela e o Prisioneiro'' rolou ''Você não me ensinou a te esquecer''. Só dá raiva que uma hora ou outra isso cai nas rádios populares e vira toque de celular em dois tempos. Vira aquele saco, tá no ônibus e aí um telefone começa com um ''Ah, neguinha... Deixa eu gostar de você...'' e 18 mulheres bregas olham imediatamente pras suas bolsas bregas pra ver se seus celulares bregas estão tocando. Isso me irrita profundamente.
Aproveitando da condição de machismo invertido que me foi atribuida esses dias pelos meus colegas de sala na faculdade, vou me recusar a falar de amor pelo menos por hoje. Não tô com disposição pra discutir relação. Esse negócio de amor é um saco. Explicar o que não tem explicação é um saco. Dar nome pras coisas é um saco. Convencer as pessoas das coisas é um grandecissímo saco. Ainda bem que o mundo é uma bola, porque se fosse duas também seria um saco! Ok, piada velha. Mas tá valendo.
Eu estava com as melhores intenções de fazer um post super bacana sobre o filme. Acontece que hoje eu estou revoltada e desacreditada da justiça humana (leia-se amor). A justiça divina não quer mesmo estar a meu favor, dela eu já desacredite há mais tempo. Putzgrila! É, putzgrila mesmo. Ah nem... Já esqueci tudo que eu ia escrever. Vou postar o site e o trailer de Romance que é melhor e encerrar o expediente de hoje por aqui. Apesar de estar com as mãos coçando no teclado, não vou me alongar nesse assunto de amor. Quem lê isso aqui e me conhece bem pode achar que eu tô dando chilique de despeito. Rá! 'Magina... Sem contar que foge totalmente ao estilo humorístico de baixa categoria deste singelo blog. Oportunamente eu escreverei sobre casamento me valendo do script de Romance. Mas não poderia deixar de finalizar esse ataque de dor de cotovelo com uma célebre frase do meu sábio pai: ''Casamento é uma coisa muito boa. É ótimo. É maravilhoso! Não tem coisa melhor nesse mundo pra gente saber que ser solteiro é MUITO melhor." E olha que ele nem leu Nietzsche pra concluir isso.
Confiram http://www.romanceofilme.com.br/ e vejam o trailer que tá lá em algum lugar. E depois vão ver no cinema, viu cambada? Hãn. ¬¬
domingo, 30 de novembro de 2008
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JULY, JULY... VOCÊ É SENSACIONAL!!!! QUANDO EU CRESCER QUERO SER IGUAL A TI...OPS..MAS SE EU CRESCER VOU FICAR MAIS DISTANTE DE TI AINDA... AH DEIXA PRA LÁ...ESQUECE..SÓ SEI QUE GOSTEI.. BJU!!!
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