Por que os homens traem? Procurando pela resposta dessa incógnita no deus da sabedoria moderna, o Google, encontrei aproximadamente 235.000 respostas em 0,05 segundo. Muito vago. Se fizermos essa pergunta a uma mulher, ela responderá com a veemência estúpida do senso comum feminino
"Porque os homens são todos iguais." O detalhe é que a pergunta não foi sobre semelhança. E não, os homens definitivamente não são todos iguais. Perguntando isso a um homem, ele certamente responderá se auto acusando com outra pergunta.
"Ah, vai me dizer que as mulheres também não traem?" O detalhe é que a pergunta é
"Por que os HOMENS traem?" O 'x' da questão está na
"Teoria do Leão".
Antes de explicar por que os homens traem, é bom lembrar que a intenção não é fazer juízo de valor sobre o assunto. Se você acha que quem ama não trai, que traição não ter perdão e outras coisas do tipo, pare de ler aqui e volte no dia em que você entender que amor e traição são coisas independentes. Traição tem a ver com ego, seja o ferido ou o inflado. Mas como eu já defendi a idéia de que traição é geralmente causada pelo traído no texto
"Trair e coçar...", eu não vou voltar no ponto dos motivos que alguém tem pra trair. Outra diferença bem expressiva e que é muito importante frisar é o abismo que existe entre uma relação extra conjugal e aquela puladinha de cerca inofensiva. Isso aqui não é apologia ao adultério, vocês vão entender mais pra frente.
Então vamos ao que interessa, aos ensinamentos do Discovery Channel. Antes de começar, já adianto: não vale dizer
"Que absurdo!" antes da hora nem cortar o meu raciocínio com coisas do tipo
"Mas é a leoa que caça!" A teoria é minha, portanto eu vou contar do meu jeito.
Pois bem. Imagine um leão. Um leão selvagem, forte, vigoroso, vivendo livre na savana africana. A vida dele é quente, em alguns momentos ele está com o bando, em outros está sozinho e isso implica, principalmente, no duro que o leão tem que dar na hora que bate a fome. Quando o leão quer comer, ele tem o trabalho de encontrar uma presa, acuá-la, atacá-la, para finalmente comê-la. Todos os dias isso se repete. As presas são, obviamente, sempre diferentes, pois após cada refeição a carne fresca do dia já era.
Assim são os homens. A vida de solteiro é exatamente igual à vida do leão em seu habitat natural. A vida é quente, agitada. O cara é jovem, vigoroso. Em alguns momentos os amigos estão por perto, em outros o cara tá sozinho e é exatamente na hora de comer alguém que ele vai ter que se virar por conta própria. Neste caso, as presas dificilmente se repetem e os homens estão sempre incansáveis na luta por carne fresca. Mas um dia isso acaba, tanto pro leão quanto pro cara solteiro.
Um dia, algum zoológico do mundo vai lá na África e captura o leão. Aquele bichão que corria solto e sem limites nos campos africanos agora terá que se adaptar a morar numa jaula apertada, estranha e sufocante, diferente de tudo que ele já havia vivido. Caçar vira coisa do passado. Todos os dias o veterinário leva a melhor carne do zoológico e serve para o leão. A carne já chega morta, sem pêlos, sem resistir às garras afiadas do predador, sem exigir o mínimo esforço.
O zoológico é exatamente o casamento e a esposa é a melhor carne. Um dia uma mulher vai pegar o homem que tá correndo livre e sem limites e vai colocar o sujeito dentro de uma jaula dourada, em forma de aro, utilizada na mão esquerda, no dedo anelar. Assim como o leão, o cara achará aquilo estranho, diferente de tudo que já viveu e também terá a mesma a carne disponível todos os dias, a qualquer hora e sem o menor esforço.
Acontece que o leão pode até ter ido parar no zoológico, mas ele não deixa de ser leão por causa disso. Ele tem a necessidade natural de caçar, isso é instintivo. Da mesma forma, um homem pode até casar, mas ele não deixa de ser homem. A necessidade de se auto afirmar sempre viril é natural, é tão instintiva quanto a do leão.
Para que o leão possa cumprir seu instinto, de vez em quando o veterinário solta dentro da jaula um cachorro vivo pro leão caçar. O leão corre atrás do cachorro, pula em cima, ataca ferozmente como é de seu feitio, come o cachorro e fica satisfeito. Depois disso, deita e dorme tranquilo. No outro dia, acorda pronto para receber a deliciosa peça de carne que o veterinário tem para oferecer. Afinal de contas, mesmo que aquilo não seja comum de sua natureza, o leão não é retardado e sabe reconhecer que nunca encontraria aquela carninha de primeira dando sopa no meio de um campo na África. Portanto, correr atrás do cachorro é só pra lembrar os velhos tempos. O leão gosta de vida que tem no zoológico.
Mais uma vez, o comportamento dos homens é exatamente igual ao dos leões. A fim de reafirmar sua virilidade e poder de conquista, às vezes um homem precisa se render ao instinto de correr atrás da cachorra que eventualmente cruza seu caminho. Muitas vezes o cara nem quer, mas não dá pra deixar um estímulo à verdadeira essência predadora masculina passar batido assim. Então ele vai lá, tem o trabalho de se fazer notar, depois conquista, acua, vai pra cima, come e volta pra casa satisfeito e até mais motivado por saber que ainda está em condições de caça. Depois disso, dorme tranquilo esperando que aquela carne sempre disponível e de altíssima qualidade que ele chama de esposa o acorde no outro dia. Afinal de contas, ele sabe que carne como a que ele tem em casa não se encontra fácil por aí e a cachorra que ele correu atrás pra comer não passa de um passatempo barato e bobo, só pra lembrar os velhos tempos.
Na maioria da vezes, casamentos são arruinados por causa do julgamento equivocado que as esposas fazem de um traço característico dos homens, confundindo relação extra conjugal com a tal pulada de cerca. Os meus avôs eram assim, os avôs deles com certeza também eram e certamente meus netos também serão. Tentar mudar isso é totalmente em vão. Dentro de um limite sadio isso até ajuda a melhorar um relacionamento que talvez esteja desgastado com o tempo, indicando o que realmente importa e mostrando como somos adaptáveis a novos modos de vida, como certas coisas nunca mudam e não adianta lutar contra elas. Se as mulheres tivessem mais atitude, tirassem o controle remoto da mão de seus maridos que só assistem SporTv e ESPN para assistir mais o Discovery Channel, muitos divórcios seriam evitados.