quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Nunca confie em Estranhos

Dica pro final de semana: NÃO assistam ao filme ''Os Estranhos'' (The Strangers, 2008 - Paris Filmes).


Sexta-feira passada eu tive a desagradável experiência de gastar 85 minutos do meu precioso tempo assistindo a essa merda em forma de película, na companhia de minha amiga Andressa. O combinado era assistir Madagascar. Mas como eu cheguei em cima da hora, não rolava de entrar já na parte dos traillers. Eu com esse cabelo ia causar nas crianças a impressão de que Alex, o leão de Nova York, tinha saído da tela.



Na verdade, quando cheguei fui logo advertida: ''Madagascar é dublado, vai encarar?'' Nem debaixo de tapa. Filme dublado é o ó do borogodó. ''Tem aquele ali ó, Os Estranhos, começa em dez minutos. Anima?'' Eu animei na hora. Olhei pra parede em que ficam os cartazes e só vi a foto de um gordinho com mais duas pessoas, uma de cada lado. E em cima da cabeça deles estava escrito algo do tipo ''eu ri, eu chorei, ótimo filme!''



Comprei uma água mineral e entrei pra sala pensando que o nome do filme era kind of preconceituoso. Sacanagem chamar o cara de estranho só porque ele é gordinho. Eu vivo dizendo que gordo só faz gordice, mas eu não pego pesado nem sacaneio nenhum deles chamando de estranho. Isso ficou na minha cabeça. Mas tudo bem, entramos pra sala. Lá dentro devia ter no máximo mais 4 pessoas. Até o filme começar acho que chegaram mais umas 3. Só aí já deu pra sentir a ruindade do filme, né? Entre um trailler e outro ficamos conversando, reclamando do ar condicionado climatizado estilo Sibéria e na minha cabeça eu estava prestes a ver uma comédia de gordinhos excluídos, Os Estranhos. Mas os traillers não estavam muito condizentes com uma comédia besteirol. O único que me lembro de ter prestado atenção foi ''O menino do pijama listrado'', que aliás parece ser excelente. Fiquei mais intrigada ainda.



Em determinado momento, sumiu o escrito trailler do canto da tela e apareceram umas coisas do tipo ''na noite do dia tal, na casa de campo da família Hoyt, um assassinato blá blá blá, blá blá blá fatos reais.'' Obviamente e mais uma vez, o pensamento de WHAT THE FUCK?? me veio. As primeiras cenas do filme mostravam um carro de vidros quebrados, duas crianças com cara de paisagem na frente de uma casa de campo que estava com a porta aberta, petálas de rosa no chão, uma faca daquelas grandonas de cortar lombo no almoço de domingo e uma caixinha de anel. Ao fundo, uma voz desesperada de alguém chamado Jordan falava com a atendente do 911 sobre gente morta e sangue na parede. Neste momento, peguei meu ticket, conferi o nome do filme e o número da sala. Eu estava na sala certa. A gordice da vez foi feita por mim, que olhei pro cartaz errado. Mais tarde fui descobrir que eu tinha enxergado o cartaz de ''Colegiais em Apuros'' quando olhei procurando tal dos fucking Estranhos. Ai que burra, dá zero pra ela!



O filme começou bem, fazendo aqueles mini-flashbacks, estilo Ruy e Vani nos Normais. Aí apareceu a gatíssima da Liv Tyler, que meu lado lésbica olha e diz ''quanta crocância'' e um cara que era bonitinho quando estava sério. Quando ele ria ficava feio, porque os dois dentes da frente do cara pareciam aquelas bandeirinhas de festa junina. Mas tirando isso, o tal Scott Speedman é uma crocância também. Eu pego fácil, é só ele insistir.



Voltando ao filme, a história é a seguinte... Vou contar tudo mesmo, estilo estraga prazeres. Um casal sai de uma festa e vai passar a noite numa casinha no meio do mato, afastada de tudo e de todos. Acontece que o clima não tá lá dos melhores entre os dois. Depois do primeiro mini-flashback, sabe-se que o cara pediu a mão da tilanga em casamento e ela não aceitou (Ai que burra! Dá mil zeros pra ela!). A ida pra tal casinha seria pra comemorar o pedido, caso ele tivesse sido aceito, claro. O fofo havia preparado tudo: rosas na banheira, champagne e taças, musiquinha ambiente, essas viadagens todas. Só que não adiantou de nada. A mocinha não parava de chorar, o cara tava com brochada irreversível, era uma noite perdida. Mas como não existe nada ruim que não possa ficar pior, lá pelas 4 da manhã uma loira ''estranha'' bate a porta da casa procurando por uma tal de Tamara. Como não tinha ninguém com esse nome, os dois despensam a baranga. Neste momento, a amorada nota que está sem cigarros e o troxa do namorado sai pra comprar. Depois dessa cena tive certeza do quanto cigarro faz mal a saúde.



Bastou o rapazinho sair por um lado, o terror entrou pelo outro. Mas não o terror aterrorizador. O terror de ''que filme terrível.'' Primeiro, eu pensei que por se tratar de um casal brigado instalado no meio do nada, o cara ia matar a mulher só porque ela não quis casar com ele. Mas quando eu menos esperava, surge uma criatura atrás da mocinha. Aí pensei que fosse um espírito. Nada disso, era um cara com um saco na cabeça. Uau! Neste momente eu assumo que soltei um ''puta que pariu.'' Mas não era medo. A Andressa leu minha mente na hora. ''Ju, quantas cervejas a gente compra com 6 reais?'' Eu me esforcei e fiz a conta. ''Ah, acho que umas 5, juntando os seus 6 com os meus 6.''



Continuando com minha sinopse party pooper. Os estranhos mascarados começam a aterrorizar a mulher. Antes era só o cara de saco na cabeça. Aí volta a loira medonha que tava procurando a Tamara e aparece uma outra tilanga do nada com máscaras bochechudas. Eles ficam batendo na porta, dando golpes de machado pra tentar abrir, escrevem com sangue nas janelas e apesar de serem de carne e osso, eles desaparecem como se fossem um peido. A mocinha tenta ligar pro namorado, mas o sinal do telefone é cortado. Aí ela pega o celular e põe pra carregar. Do nada o celular some e aparece queimando na lareira. Sublimou, né? Só pode. Aí quando o namorado volta e entra em casa, pensa que a namorada ficou doida. Depois quando vê que o bicho está realmente pegando, nota que esqueceu o celular no carro e vai até lá buscar o negocinho do capeta, como eu já expliquei anteriormente, pra ligar pra polícia. Quando chega no carro, o celular não está lá. Volta pra casa e o celular está onde? Em cima da lareira destruidora de celulares, e sem a bateria.



Daí pra frente, só dá os três mascarados botando o terror na casinha. Diálogo que é bom, nada. O povo grita, geme, corre, rasteja, esconde, mas não fala! Ai que agonia! O filme segue com erros de continuidade que gritam. A garrafa de champagne que o cara jogou no mato aparece em cima da mesa de jantar. Quando a mocinha corta a mão na faca, o namorado bonzinho tira a gravata e enrola pra fazer parar de sangrar. 2 segundos depois, cadê a gravata? No fim das contas, o casal é torturado a noite inteira pra ser assassinado no outro dia de manhã. Nas cenas finais, os estranhos tiram as máscaras, mas a cara deles NÃO aparece. Eu juro que isso me cheirou a ''Os Estranhos 2''. Tomara que eu esteja completamente enganada.



Pra me dar mais raiva dessa merda de filme, na cena final os dois meninos com cara de paisagem que eu falei no início entram na casa e acham o casal mais um cara que levou um tiro na cara por engano - era o melhor amigo do namorado, que apareceu de surpresa e tomou uma bala no nariz só pra aprender a ficar esperto. Aí quando o menininho se aproxima da mulher, que tinha apanhando mais que suvaco de aleijado a noite inteira e levado mil facadas na barriga ao amanhecer, a filha da puta grita! COMO ASSIM?! O resultado disso: com esse susto não sei como, mas consegui gritar e morder a língua ao mesmo tempo, e doeu muito! Isso como se já não bastasse a dor nas costas que ficar encolhida na cadeira por causa do ar condicionado mortífero me causou. Ah neeeem... Só uma ressalva: esse lixo é inspirado em fatos reais, o que é bem diferente de baseado em fatos reais.


Moral da história: nunca mais chego atrasada numa sessão de cinema.

2 comentários:

  1. Pelo que li foi mais interessante do que um que assisti. Foi nos mesmos moldes, cheguei atrasado...e tals

    Ja que foi ruim, compartilhe comigo e assita MORTADELO e SALAMINHO.

    bj

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  2. Os Estranhos eh um otimo filme e nao vejo a hora de lançarem o 2 e o 3. Hahaha.

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